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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Localização: visão local


Entre os muitos sinônimos da palavra localizar (= posicionar, colocar, situar, achar, encontrar) ando pensando no de situar e posicionar. Venho buscando a minha localização no mundo e tentando me situar e posicionar-me nele. Começo a empreender uma caminhada por minha volta a Belo Horizonte a partir dos meus 12 anos.
Ainda que o tempo de convivência com a cidade já tenha se dado há anos, agora começo a compreender como foi difícil localizar-me aqui. Com essa idade, comecei a viver longe de meus pais e vinda de outra cidade, uma bastante pequena do interior de Minas Gerais, trouxe em minha bagagem uma série de hábitos e costumes que permanecem até hoje incrustados no chão da minha vida. Como era muito pequena, chegar a Belo Horizonte não era só uma amplidão no meu olhar, mas sim adequar todo um canto pequeno em uma rua larga. Lá, eu tinha nome, parentes, quarto, coração; aqui em contrapartida, solidão, parentes, silêncio. Sofri sem me dar conta. Passei por ele, sobrevivi.
O tempo foi passando e a cidade mostrava-se com outros aspectos: curvas, quarteirões, pessoas. Sentia-me quase em casa. Entretanto, percebo hoje que o espaço local não ressoava no espaço interior. Havia duas linguagens, tons desconexos, informação demais. Continuei nesse ritmo sem ver que o choque de “localizações” não era só uma impressão. O grande e o pequeno faziam de mim uma nova Alice ,quando no País das Maravilhas come o cogumelo e ora se agiganta, ora se torna miniatura. E essa sanfona de percepções me deu em alguns momentos o sentimento de ser guache na vida.
De alguma maneira, o olhar enviesado me trouxe benefícios, mas nesse momento, sinto que também produziu muitas estórias tristes e que pena, ressentimentos. O fora e o dentro continuam descompassados, contudo vislumbro um atalho que aponta para uma união. É a posição. Noto que mais que um situar-me no espaço, busco o ser em mim.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Vértices e vômitos


Gire uma ponta que certamente me encontro em outra. Um nó e o achado. É aborrecido ficar assim as vésperas de completar um ano mais. Sempre esperei que a passagem do tempo fosse me trazer mais paz interior; porém, o que vejo é um turbilhão de caminhos ( e a ausência de atalhos ou a presença de um rumo). Encontro-me chateada com o mundo ! Todos querem ser escutados, entendidos, amados, mas , quando se trata do outro, nada de ouvidos, vozes, carinhos. Cada um vive seu ritmo e se dizem amigos quando querem se sentir amados. Estou cansada de me dar. A verdade é que a vida é realmente subjetiva e aí: sobreviva quem puder! E o verme passeia na lua cheia...