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sábado, 8 de janeiro de 2011

Tempos de Úrsula


Em um de meus livros favoritos “ Cem anos de solidão” de Gabriel Garcia Márquez há uma personagem que sempre me intriga. Repetidas vezes, ela vem a minha cabeça recordar-me de que toda pessoa tem que defender a sua vida e dignidade. Úrsula Buendía, a matriarca da família, passa por um período terrível em que as crianças da família fazem todo tipo de brincadeiras de mal gosto com ela. Como se estivesse adormecida, a personagem aceita todos os maus tratos, até que um dia , ela se levanta e retoma à sua vida. Essa revirada é sensacional! O levantar para a vida e o revide dela são as lembranças mais adoráveis que tenho do livro.
Percebo que em nossas vidas há vários momentos em que nos deixamos levar pelos outros e que acabamos por nos maltratamos sem perceber. Esses momentos geralmente são quando estamos fragilizados ou em processos de mudanças e aí, ao contrário de encontrarmos amparos, deparamo-nos com chicotadas. E o pior de tudo, o tempo que demoramos para recuperar a nossa dignidade pode ser longo e aí... a vida passou.
A trajetória de Úrsula nos levanta algumas questões: onde será que se deu o basta da personagem? Onde recuperou a sua força? Qual a hora do verdadeiro renascimento? Estas perguntas são de complicadas respostas, pois dependem do tempo interior de cada um e desse tempo sempre há algo que nos escapa. Porém, o que Úrsula me ensinou é que apesar da idade é sempre hora de tomar a própria vida pelas mãos e se apoderar dela.

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